Banco Central Autônomo pra quem?

 A crítica feita pelo Presidente da República, o senhor Luís Inácio Lula da Silva aos juros elevados praticados pelo Banco Central tiveram o efeito de reabrir o debate sobre autônomo da autoridade monetária, principalmente sobre a taxa básica de juros. Usada como instrumento de política monetária para controlar a Inflação, ela deixa o governo federal apenas com a espinhosa e pouco mutável política fiscal e uma quase impossível reforma tributária, pois o jogo de forças políticas envolvidas são díspares pois a classe trabalhadora não tem quase nenhuma força no Congresso Nacional. 

A elevação da taxa de juros tem o condão de travar as relações produtivas, fazendo com que o namoro das pequenas e médias empresas com a falência sejam perenes, pois crédito mais caro significa quase  sempre dificuldades no capital de giro. Já está mais que provado que nossa inflação é de custos e a manutenção de altas taxas de juros servem como remédio para inflação de demanda. Entretanto, em que pesem o desejo de adquirir bens e serviços, falta grana e impede o movimento de mercadorias, ainda mais que a elevação dos custos dos insumos fazem com que os preços finais subam aos céus corroendo o poder de compra principalmente dos mais pobres. 

Até as emas do palácio do Planalto sabem que governos gostam de manipular a taxa de juros, trazendo uma imensa incerteza ao ambiente de negócios, daí a necessidade de dotar o Banco Central de uma autônomo, mas no caso Brasileiro com um Estado dominado pelos rentistas, também não se pode permitir que o Banco seja refém de meia dúzia de especuladores, afinal de contas, não se justifica uma taxa de juros tão elevada assim corroendo o comércio .