A parada dos combustíveis em 2021

 A parada dos combustíveis 


Essa semana o bico das bombas dos postos de combustíveis pipocou, quem precisou trocar o botijão de gás vazio por um cheio, sentiu que cozinhar vai ficar mais caro. A vida em tempos de pandemia não está sendo fácil para quem vive de vender comida. O dilema se resume a repassar para os preços das quentinhas, o custo dos derivados de petróleo. 

Como se não bastasse o sofrimento, principalmente dos mais frágeis,  se começou uma campanha de criminalizar a carga tributária que incide sobre a velha gasosa e o diesel. Algumas pessoas têm inundado as redes sociais com prints de notas fiscais, onde apontam o peso dos tributos que incidem sobre os combustíveis. Passam a imagem que, em caso de garantir a isenção tributária, os preços despencarão ad eternium. Bem, não é bem assim, pode até ser que reduzam por algum tempo, mas voltam a crescer e em pouco tempo estarão elevados novamente. As pessoas precisam entender que tributos são aplicados através de alíquotas fixas sobre um preço de custo, e a majoracao dos combustíveis obedecem a lógica perversa dos mercados livres de amarras aos seus pés. A gasolina sobe e as alíquotas incidem sobre o preço de custo, daí se chega ao preço final . Não ter a incidência tributária deixa o preço próximo ao seu custo primário  obtido na produção mais a variação cambial. O preço dessa commoditie é definido internacionalmente e em decorrência de variáveis diversas tais como até mesmo o contrabando de barris e o seu escambo por armas, por exemplo.

Imagine que você,hipoteticamente, gastou para encher o tanque a importância de R$200,00 sendo que o preço de custo obtido na produção seja de R$80,00 e resto sejam tributos e lucro do setor. Que a garga tributária federal e estadual seja de R$90,00 e os governos resolvam isentar os consumidores deste vexame. Então o preço cairia para algo em torno de R$110,00, seria algo sensacional ? No começo sim , mas em poucos dias o mercado com base em uma variação cambial aumentaria em 5%. Pimba, como culpar agora os tributos? E em dois anos os preços voltariam ao mesmo patamar com a carga tributária. Então, não me venham com essa que o mercado está preocupado com a redução tributária. Em vez disso, ele está apenas avisando que farinha pouca, o lucro do pirao primeiro. Não mexendo na composição da geração de caixa da empresa, ela não está nem aí , o que pode pesar é humor do mercado especulativo em cima das privatizações das refinarias. E aqui o bicho pode pegar, mas brigar por redução tributária ? Isso não vai acontecer, talvez no máximo uma briga de compadres e comadres, sem quebrar os ovos.

Enfim, acordem, não existe omelete sem quebrar ovos, ou existe?

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