Por um novo teto de gastos

 Se você veio até aqui esperando encontrar um texto neo liberal, sinto muito, mas aqui neste espaço , o autor tem posição definida na luta de classes, ele sabe bem seu papel como ator dessa guerra de posições, e o lado tem lado certo, o da classe trabalhadora.

O governo brasileiro entregou o poder de emitir moeda ao seu principal credor, a partir do momento que entregou o comando do Banco Central, a hegemonia do mercado financeiro, basta ver a composição de sua  “independente” diretoria. Ela que na prática tem o poder de usando a política monetária, emitir moeda. Desde então, os ataques aos direitos da classe trabalhadora começaram a ser efetivados de forma mais incisiva, senão vejam, reformas previdenciárias( foram sete até então), todas arrancando direitos, uma reforma trabalhista, estritamente perversa e no prelo uma reforma administrativa.  Todas as normas legais promulgadas tiveram em comum atacarem o welfare state tupiniquim, sem no entanto tocar na principal despesa, juros e amortizações da dívida. E, para piorar, o Banco Central capturado pelos credores, tem o poder de aumentar os juros e, por conseguinte nossa dívida. Aí entra em ação a grande mídia, entrevistando sempre economistas do mainstream, ou seja, representantes do mercado financeiro, sempre interessado em arrancar nacos do já combalido orçamento público. 

Uma das grandes chantagens vem a ser a exigência de um  teto de gastos que possa,  às custas  de brasileiras e brasileiros fazer a drenagem dos recursos financeiros em direção ao coração da Faria Lima. O jogo é pesado, mas ele é jogado e precisamos do lado de cá da linha, também jogar nosso jogo Nos posicionarmos e exigirmos que o teto de gastos seja a exigência de um limite ao pagamento da dívida, aí inclusos juros e amortizações. Impossível não se exigir de um devedor um plano de pagamento do saldo devedor. Apenas os mais perversos agiotas assim procedem, enquanto podem diluir o risco e a incerteza do recebimento de sua grana. Mais ou menos assim, enquanto eles controlam o caixa, não se preocupam em cobrar o saldo devedor, pelo contrário, procedem o sistemático aumento do volume da dívida. Quem em sã consciência não exigiria um cronograma de desembolso do devedor? Então, precisamos, enquanto classe trabalhadora, que gera a produção de riqueza neste país, exigir que nossos direitos sejam devolvidos e se coloque um teto ao que podemos pagar anualmente de juros e amortizações. Não se pode aceitar que quase metade de tudo que se arrecada seja alocado no pagamento da dívida pública, no máximo isto deve girar em torno de 25% da receita, aí incluso a rolagem da dívida. Com o dinheiro sobrando no orçamento, tornar o gasto vinculado à saúde, segurança e educação . Sendo que na saúde estaria incluso o saneamento básico, pois a consolidação da rede nas cidades, iria gerar um fluxo positivo de geração de emprego e renda. Isso aumentaria a arrecadação. Mas isso somente será possível com um Poder Popular alinhados aos anseios de que, produz e trabalha para tal. Chega de parasitismo rentista!

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