O tal do Estado Mínimo matou os os torcedores do Corinthians

 Somos surpreendidos pela fatalidade da morte de torcedores do Corinthians após um acidente com ônibus. Enquanto o Brasil chora a morte de jovens que se aventuraram por uma paixão pelo futebol , notícias começam a chegar sobre as condições do ônibus que conduzia 43 vidas humanas, pelas primeiras notícias, pagaram R$ 300 cada vida para serem transportadas em viagem de ida e volta. Enfim, uma relação comercial em que o serviço ofertado, não estava regularizado e até aqui a causa do defeito foi uma falta de freio no ônibus, que obrigou o motorista a jogar o veículo no barranco para evitar maiores danos. Com certeza, a maioria das pessoas estão se perguntando, como este ônibus estava liberado para fazer uma viagem? Por que ele não foi devidamente fiscalizado?

Talvez você que esteja lendo este texto, esteja se perguntando o por que do título do artigo, que ate aqui não tem muito a ver, aparentemente. Mas, eu te garanto que tem tudo a ver. 

As pessoas que exigem um Estado Mínimo criticam o excesso de burocracia do Estado brasileiro, envolvido em exigências exorbitantes para conceder algumas autorizações. Reclamam que o Estado inchado recheia a vida dos empresários com obrigações que tornam a vida de empreendedores nacionais , uma tarefa árdua e injusta, daí que este país não oferece condições de número e qualidade de emprego. Eu não sei se você já entendeu onde quero chegar, mas vejam bem , qualquer agência reguladora de transportes exige o mínimo para conceder licenças de viagens, ou seja, veículos regulares, vida útil e ser vistoriado regularmente. Eu não sei ainda a idade do ônibus, mas deveria ter mais de cinco anos, o que exige um gasto com manutenção maior, não se concebe uma viagem do Vale do Paraíba, interior de São Paulo até Belo Horizonte, sem que o ônibus passe por uma revisão, para isso se exige garagem e que o boa regra de gestão, implique em fazer um check list, onde os principais itens de segurança sejam observados, segurança para conduzir vidas humanas, além dos 43 passageiros existia o motorista. 

A busca pelo lucro incessante, faz com que algumas empresas, querendo ganhar a concorrência, rebaixe o controle, reduzindo gastos, e ofertando preços mais baratos, principalmente num mercado de clientes de baixa renda, que desejam reduzir custos com deslocamentos, como foi o caso dos torcedores. Geralmente o pagamento dessas viagens são feitas com vaquinhas, campanhas de arrecadação e aí temos um encontro fatal, gente querendo pagar pouco e empresas que explorando as fraquezas, ofertam serviços de baixa qualidade. Aliados a isso temos a criminalização dos Serviços Públicos, onde o efetivo de fiscalização e policiamento e reduzido aos finais de semana, facilitando a prática de crimes contra Administração Pública e vidas humanas que poderiam ser preservadas e neste momento poderiam estar tocando suas vidas, reclamando ou elogiando seu time, colecionando histórias alegres das viagens, como quase sempre acontece, entretanto escreveram uma página triste de quem sobreviveu. E tudo por que uma ideologia de Estado Mínimo, busca afirmar que a atividade econômica deve ficar livre de fiscalização. Isso trás embutido um discurso de que os capitalistas tem responsabilidade social e não precisam ser fiscalizados, pois eles vão colocar ônibus nas estradas em condições de minimizar riscos. Não é assim que vida funciona, pelo contrário, a chance de quebrar a concorrência deixa aberto que pode se economizar a grana de uma revisão dos freios, pois o Deus mercado, não vai permitir acidentes graves, não precisa dizer ao vigilante da garagem que precisa fazer checagem, senão ele vai querer aumento salarial, afinal como pode um empregado querer ganhar mais? Aliás, onde estava o dono do ônibus ontem, enquanto seu motorista lutava para que uma tragedia não acontecesse? Talvez em uma mesa de restaurante reclamando de seus empregados, reclamando do Estado Inchado, reclamando da ousadia de fiscais e policiais concursados que lhe aplicavam multas. Com certeza, se o ônibus estivesse vistoriado adequadamente hoje este texto não existiria.

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