A Câmara de Vereadores de Feira de Santana, uma máquina de moer dinheiro público e projetar uma péssima ideia do legislativo municipal.

 

A Câmara de Vereadores de Feira de Santana, uma máquina de moer dinheiro público e projetar uma péssima ideia do legislativo municipal.

 

 

O Orçamento anual em 2020, da câmara de Vereadores de Feira de Santana foi de R$ 28377.720,26 centavos, gastos estes divididos por 21 vereadores, o que nos dá uma média anual de R$1.351.320,01 por vereador. Para nos brindar com as bizarrices de alguns, a sociedade feirense paga muito caro. No ano cristão de 2000, a câmara empregava 221 pessoas do sexo masculino e 165 do sexo feminino, totalizando na época 386 servidores. Eram 18,38 servidores em média para cada vereador, e basta sinalizar que não se tinha nenhuma vereadora, segundo dados da publicação do Senado Federal, Panorama do legislativo municipal. Eis que chegamos em 2020 com o mesmo quadro de servidores. Um Técnico Legislativo ganha mensalmente entre 4 e 9 mil reais mensais, segundo dados do TCM Tribunal de Contas dos Municípios, incluindo gratificações.

Em relação aos cargos comissionados, chama atenção a quantidade de agentes parlamentares, incrível como a produção legislativa é de baixa qualidade com tanta gente. Nomes e sobrenomes famosos da cena politica permeiam a folha de pagamentos da câmara. Chama atenção um advogado que é diretor de pesquisa de alguma coisa e ganha quase R$8.000 por mês e não é muito chegado a comparecer ao serviço. Chama atenção a quantidade de assessores de projetos e pesquisa legislativas, os ASPL e o quanto ganham mensalmente.

A Câmara de Vereadores, coração legislativo do município, deve desempenhar um papel vital na formulação de leis e na representação direta da população. Os vereadores, eleitos para esse fim, têm a responsabilidade de discutir, redigir e votar propostas que impactam diretamente a vida na cidade, abrangendo temas como orçamento, serviços públicos, e questões locais cruciais. Além disso, a Câmara atua como uma linha de defesa dos interesses dos cidadãos, fiscalizando as ações do Executivo Municipal. Esse papel de supervisão envolve debates acalorados, questionamentos incisivos e análises minuciosas das políticas governamentais. Os vereadores também têm o compromisso de representar ativamente os anseios da comunidade, sendo os porta-vozes das demandas locais perante o poder público. No processo democrático, a Câmara desempenha um papel fundamental na aprovação do orçamento municipal, determinando a alocação de recursos para projetos e áreas prioritárias. Esse trabalho é essencial para moldar o desenvolvimento da cidade e garantir a satisfação das necessidades da população. Além disso, a Câmara de Vereadores promove a transparência e a participação cidadã, permitindo que os habitantes estejam plenamente informados sobre as decisões políticas. Essa abertura contribui para o controle social, possibilitando que os cidadãos exerçam influência direta sobre o rumo da administração municipal. Pode-se afirmar que a atuação da Câmara é peça-chave na governança local, moldando o presente e o futuro da comunidade, ou pelo menos deveria ser.

Na prática, ano após ano, gestão após gestão, temos uma câmara de vereadores que tem permitido a degradação do tecido social desta cidade. Quer seja fechando os olhos para os fracassos das ultimas gestões, quer ser seja permitindo a degradação do meio ambiente e a precarização dos serviços públicos. O Orçamento acima apontado não leva de volta para a população feirense, a confiança depositada em seus edis. São todos? Evidente que não, existem vereadores que buscam honrar o mandato a eles conferidos. Entretanto, volta e meia somos brindados com bizarrices, agressões físicas e verbais, que em nada condizem com o que lhes é pago. Pela quantidade de servidores que mensalmente recebem dos cofres públicos, a câmara deveria ter uma produção de melhor qualidade, contudo, infelizmente não é o que recebemos.

Chama atenção de quem passa pelas Avenidas Joao Durval e Getúlio Vargas, as estações do BRT apodrecendo e causando acidentes com carros e motos. Os viadutos sendo feitos de para-choques de caminhões e serviços públicos de saúde infinitamente precarizados, mas que servem de cabides de empregos para os vereadores. Não à toa que vez ou sempre, debatem quem tem mais emprego na prefeitura, parecendo ser diretamente proporcional ao puxa-saquismo de caciques políticos estaduais e municipais.

Quem se arriscar a pesquisar as atas das sessões ordinárias da Câmara de Vereadores, vai experimentar sentimentos que irão do riso a indignação, pois é bizarra a produção legislativa, vigorando o interesse individual, quando deveria prevalecer o interesse coletivo.

Na movimentada dança legislativa da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, o palco está sempre repleto de performances dignas de um espetáculo. Enquanto os vereadores giram no plenário com performances dispares do debate, parece que a coreografia legislativa muitas vezes nos faz questionar se estamos em um show de comédia ou em uma sessão séria de elaboração de leis. Com um roteiro que oscila entre discussões acaloradas poucas vezes sobre temas cruciais para a cidade e substituídos por embates que mais parecem disputas de quem faz a melhor piada, os edis de Feira de Santana proporcionam um espetáculo multifacetado. Às vezes, é difícil distinguir se estão empenhados em resolver os problemas da população ou se estão apenas buscando o troféu de "Melhor Debate Cômico da Semana". Entre propostas que vão desde o repúdio de um projeto de lei do Ex deputado Jean Wyllys (sim, você leu corretamente) até debates passionais sobre a melhor marca de café a ser servida nos eventos oficiais, a produção legislativa parece muitas vezes um roteiro improvisado de um sitcom. Não podemos deixar de mencionar os projetos de lei que surgem como estrelas cadentes, brilhando por um breve momento antes de desaparecerem na vastidão burocrática. A Câmara de Vereadores de Feira de Santana: onde o drama e a comédia se encontram, proporcionando uma experiência legislativa única e, por vezes, intrigante. Afinal, quem disse que a política não pode ser um espetáculo para todos os gostos? Entretanto toda essa parafernália é bancada anualmente com dinheiro público.

 

Diante dos desafios percebidos na imagem da Câmara de Vereadores, é crucial adotar medidas estratégicas para a sua melhoria. Primeiramente, a transparência nas ações legislativas deve ser priorizada, com divulgação eficiente de informações sobre projetos, votações e gastos públicos. Um olhar atento sobre o site da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, e facilmente se pode observar que a transparência não é o forte. Ausência de atas no ano de 2023 é visível. Além disso, a aproximação com a comunidade é fundamental. Não basta realizar audiências públicas, se não tem a participação maciça dos vereadores, afinal de contas, encontros e debates abertos, contribuem para promover a participação cidadã, podendo contribuir para uma imagem mais democrática e responsiva. Aliás, investir em comunicação eficaz também é essencial. Utilizar plataformas digitais e redes sociais para informar a população sobre as atividades legislativas e conquistas, de forma clara e acessível, pode ajudar a construir uma narrativa positiva. Não basta pagar altos salários apenas a título de regalo a cabos eleitorais, se torna preciso profissionais qualificados operando a bem da instituição.

 

Por fim, é imperativo que a Câmara de Vereadores atue de maneira ética e responsável, combatendo a corrupção e garantindo a integridade no exercício do poder legislativo. Essas ações, quando implementadas de forma consistente, têm o potencial de reverter a percepção negativa e fortalecer a confiança da população na instituição. Para fortalecer a imagem da Câmara de Vereadores, é crucial adotar uma abordagem aberta e proativa em relação à transparência. Isso inclui disponibilizar de maneira acessível e compreensível informações detalhadas sobre o processo legislativo, orçamento e gastos. A implementação de uma plataforma online que permita o acompanhamento em tempo real de projetos de lei, votações e despesas pode ser uma iniciativa eficaz. A interação direta com a comunidade deve ser uma prioridade constante. Além das tradicionais audiências públicas, a Câmara pode realizar sessões informativas, workshops e consultas populares para envolver os cidadãos nas decisões políticas. Essa abordagem participativa não apenas informa, mas também fortalece a legitimidade das ações legislativas. No âmbito da comunicação, é essencial investir em estratégias que alcancem diversos segmentos da sociedade. Campanhas educativas, vídeos explicativos e o uso eficiente das redes sociais são ferramentas valiosas para comunicar as realizações da Câmara e simplificar temas legislativos complexos para o público em geral.

 

Adicionalmente, medidas rigorosas de combate à corrupção e ética no exercício do cargo são fundamentais. Mecanismos de fiscalização interna, transparência nas prestações de contas e ações claras em casos de irregularidades contribuem para a construção de uma imagem de integridade e responsabilidade. Ao implementar essas medidas de forma consistente e sustentável, a Câmara de Vereadores pode reforçar sua conexão com a comunidade e reconstruir a confiança, promovendo uma imagem mais positiva e comprometida com o bem-estar público.

 

 

 

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