Israel e Irã: A Guerra Secreta dos Assassinatos Extrajudiciais

 

Os bombardeios estão ocorrendo, Irã e Israel disputam cada pé do espaço aéreo do outro lado. Mortes de civis acontecem e pouco são noticiados, apenas viram números nos noticiários locais. Quem são os mortos civis? Uma coisa é certa, como em toda guerra, famílias são destroçadas. Enquanto o mundo acompanha os conflitos abertos no Oriente Médio, uma guerra silenciosa é travada nas sombras: o uso de assassinatos extrajudiciais por Estados para eliminar opositores no exterior. Israel e Irã, dois dos maiores rivais da região, são acusados de praticar esse tipo de operação, muitas vezes classificada como terrorismo de Estado. Mas quem vai mais longe nessa estratégia? O discurso de nominar o adversário de terrorista atravessa fronteiras, pois quem defende Israel, nesse momento, mesmo com a vergonha do genocídio de Gaza, tem a cara de pau de acusar o Irã de terrorismo, mas esconde que Israel também pode ser enquadrado como terrorista. Israel tem um longo histórico de operações clandestinas para neutralizar ameaças além de suas fronteiras. O Mossad, sua agência de inteligência, é conhecido por ações que variam de espionagem a execuções sumárias. Alguns casos emblemáticos: Assassinato de cientistas nucleares iranianos (2010-2022):
Figuras como Mohsen Fakhrizadeh (morto a tiros e com bomba em 2020) e Majid Shahriari (explosão em seu carro em 2010) foram alvos de operações atribuídas a Israel. O objetivo?  Sabotar o programa nuclear de Teerã. Após o massacre de Munique (1972), agentes israelenses perseguiram e mataram membros do Setembro Negro na Europa. Um líder do Hamas foi envenenado em um hotel em Dubai, por uma equipe que usou passaportes falsos para cometer o crime. 

O regime iraniano também age além de suas fronteiras, mas com métodos diferentes. Enquanto Israel atua principalmente por meio de inteligência, o Irã apoia grupos armados e ordena ataques contra dissidentes: Assassinatos de opositores no exterior, por exemplo, casos como o do escritor Salman Rushdie (atacado em 2022) e ex-funcionários do governo iraniano na Europa mostram o alcance de Teerã. O Hezbollah (Líbano) e os  Huthis (Iêmen) recebem treinamento e armas do Irã, sendo acusados de ataques terroristas.
Terrorismo de Estado? A Linha Tênue entre Segurança e Crime. Juristas e ativistas debatem se essas ações se enquadram em terrorismo de Estado – definido como o uso sistemático de violência por governos para fins políticos. Israel argumenta que suas operações são "legítima defesa" contra ameaças existenciais. O Irã alega que resiste à "agressão ocidental e sionista". Mas para as vítimas e suas famílias, a justificativa pouco importa: são mortes planejadas por Estados, sem julgamento ou direito à defesa. Quem é malvadão pior (sic)? Depende do Critério. Se for pelo número de operações clandestinas, Israel tem um histórico mais extenso e sofisticado. Se for por repressão interna, o Irã é mais violento contra sua própria população. Se for por impacto regional, o Irã financia mais grupos armados, enquanto Israel age de forma direta. Um tem franquias e outro faz a gestão direta.

Uma coisa é certa: nessa guerra secreta, civis e dissidentes pagam o preço mais alto.

E a Economia estúpido? Ah essa sempre está por trás da violência da guerra. It’s Money man and woman. A China é um dos principais parceiros comerciais do Irã, desempenhando um papel crucial na economia iraniana, especialmente diante das sanções ocidentais. Em 2023, o comércio bilateral atingiu US$ 14,8 bilhões, segundo dados oficiais chineses, mas analistas estimam que o valor real pode ser significativamente maior devido a trocas não registradas e mecanismos de evasão de sanções. Para que se tenha uma ideia, o comércio Brasil Irã beira os US$ 3 bilhões. Mas, o que se comenta a boa pequena é que no extra caixa a China opera um caixa que pode ultrapassar os US$30 bi. Este comércio inclui eletrônicos, máquinas industriais e produtos químicos. Por outro lado, a China importa, petróleo, as vezes usado intermediários, produtos petroquímicos e minerais. Se liga nessa de comprar petróleo, pois sem ele a indústria chinesa passa mal, pode passar mal. Mas a China ainda investe em infraestrutura, energia, ferrovias, aqui como contrapartida da iniciativa do Cinturão e da Rota.


Existem fatores que Influenciam o Comércio, tais como as sanções dos EUA e Europa. Nessa parada a China usa empresas fantasmas, trocas em yuan e barter (escambo) para evitar restrições. A China compra até 90% do petróleo iraniano exportado, com descontos de até 30% devido ao risco de sanções. Ou seja, a China aproveita a crise e compra os barris do petróleo no precinho, ajudando a produzir mais barato e lucrar no comércio internacional. Para tanto, consolidou uma parceria estratégica (2021), um acordo de 25 anos, em que prevê US$ 400 bilhões em investimentos chineses no Irã em troca de suprimentos estáveis de petróleo.

Fazendo uma comparação com Outros Parceiros do Irã. A Rússia mantém um comércio de US$ 5 bi (2023), focado em armamentos e grãos. A Índia que antes era um grande comprador de petróleo iraniano, reduziu importações devido a sanções (EUA). A Turquia roda em torno de US$ 10 bi, principalmente ouro e gás.

Enfim, a China é vital para a sobrevivência econômica do Irã, mas mantém o comércio em um nível abaixo do potencial para evitar confronto direto com os EUA. Se as sanções forem flexibilizadas (ex.: possibilidade de um novo acordo nuclear), o volume pode disparar. Por isso, a desculpa do pistoleiro ianque, Israel, ficar acusando o Irã de fabricar uma bomba atômica que Israel já tem, e olha que ele nem é signatário do acordo de não fabricar bomba, cara de pau que chama né?


 

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